segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Magic Bus


Para aqueles que, como eu, têm a felicidade de morar em cidades onde o transporte público é decente (não é meu caso) e para aqueles outros que, como eu, por algum motivo não possuem carro (é meu caso), uma noção mínima de Etiqueta na utilização de Transporte Coletivo é necessária, para tornar a sua convivência com aquelas dezenas de outras estranhas pessoas estranhas durante alguns (ou vários) minutos se torne suportável. Na minha humilde condição decreto-me “Especialista em Etiqueta em Transporte Coletivo” ou, mais informalmente, “Sei Pegar Busão”...
Antes de qualquer coisa, precisa de uma grande dose de bom senso e educação. Nesta ordem. Nesta estrita ordem. Quantas vezes já vi pessoas educadas querendo ser educadas demais e empacando toda uma fila, um desembarque ou um embarque. Muitas vezes é mais educado simplesmente fazer as coisas fluirem bem, seguindo seu destino e permitindo que os demais também o sigam.
Também não exagere na educação na hora de sentar ou levantar. Se o lugar vagou, sente. Se tem alguém de idade, com criança no colo ou grávida, ofereça o lugar. Acredite, ficar em pé e deixar o banco vazio o tempo todo só vai empacar a movimentação das pessoas dentro do coletivo. Seja prático.
Não tem nada mais irritante do que alguém se ficar estatelado, muito tranquilão, exatamente na porta de entrada ou de saída dos ônibus.
Não fique em pontos de tráfego intenso no ônibus. Aqui em Curitiba isso quer dizer que é uma péssima idéia ficar naquela espaço entre as portas 2 e 4. É meio chato sair abrindo caminho, mas depois fica muito sossegado. E nem preciso dizer que se vai descer em terminal pode se plantar na 1 ou na 5 que tudo bem. Nos convencionais a dica é mais simples ainda: quanto mais profundo, melhor.
Outra coisa: custa chegar com o dinheiro ou cartão-transporte na mão, e com o dinheiro o mais contado possível? Poxa. Para no cobrador, procura a carteira, fuça, só nota de 50, empaca muito. Ou mulher… abre a bolsa e encontra tudo, menos dinheiro ou cartão. Facilite, tenha essas coisas em mãos. E vale pra estação tubo também, oras bolas, perder aquele busão vazio por um mala estar procurando onde deixou a grana é dose (pior que eu sempre faço isso, não por má vontade, mais por esquecimento mesmo).
Por falar em bolsa e sacolas, por favor, não as deixem balangando ao bel prazer, batendo aleatoriamente em todo mundo. Procure um canto mais mocado e sossegado pra ficar se estiver voltando de uma super liquidação, em horário de rush. Aliás, cadê sua cabeça pra voltar carregada de sacolas justo no pior horário? Volte meia hora ante ou meia hora depois! Ah! Estudantes: tirem aquela mochila das costas, vocês ocupam o triplo de espaço. E nem adianta olhar feio quando alguém esbarra em vocês. Se duvidar, levo junto quando saio do ônibus e pronto.
Palavras como “desculpe”, “obrigado” ou mesmo um sorriso resolvem quase todas as situações (não só nos ônibus, na vida).E, quando tudo mais falhar sorria e desça em um tubo antes e reembarque mais tarde. Nada vale estressar por causa de um ônibus.
Você tem um celular bonito, daqueles que passa vídeo, tem joguinhos 3D, assobia, chupa manga e, ora vejam só, toca MP3, não pense que é só porque você tá curtindo seu brinquedinho novo que todo mundo tá interessado nele. Não, ninguém está. Então, por favor, respeite os outros. Se o seu celular é mesmo tudo isso, então por certo ele veio com uma invenção mágica chamada fone de ouvido. Isso foi feito pra só você ouvir o som de sua preferência, sem prejudicar os outros que não compartilhem o mesmo gosto com você. Ah, e por favor, não cante.
Copiado desse post do blog do Deriel (embora ele não goste que chamem de blog). Eu simplesmente TINHA que escrever algo nesse sentido depois do que aconteceu ontem: tinha um infeliz sentado do meu lado com um negócio no colo que eu inicialmente identifiquei como um notebook daqueles pequenininhos que estão saindo sabe? Então. Aí eu tava lá, ouvindo minha música tranquilamente no meu iPod quando eu sentei do lado desse cara (por questões ambientais, ou seja, calor do inferno). Daí que eu percebi que aquilo nãoera um notebook mas, sim, um mini DVD player. E o cara tava vendo um show de sertanejo, num volume alto (pra efeito de comparação, eu tava ouvindo metal a +-40% do volume e ainda conseguia ouvir algumas coisas) e, se não fosse suficiente, ainda estava cantando junto.
É demais pra cabeça.

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Now playing: Pink Floyd - Don't Leave Me Now
via FoxyTunes

10 de novembro de 2008,
depois de receber uma notícia que pode ferrar tudo


Go on and on and on and on and on...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Never Enough


Bom, acho que todo mundo que não esteve fora do planeta nos últimos 30 dias deve ter, pelo menos, ouvido falar da "trágica história da jovem Eloá Pimentel". Sim, ela mesma, a menina que ficou 100 horas em cativeiro imposto pelo namorado e que acabou morrendo depois de tomar um tiro na virilha e um na cabeça (foi isso mesmo? Agora nem me lembro mais)...
Mas o que eu vim fazer aqui não é uma homenagem póstuma a ela, nem um incentivo a todos para que vão até Tremembé na tentativa de linchar o ex-namorado dela que está preso lá. Eu vim aqui usar (como diria meu colega de Valinor Marcos "Mathan") a "Bigorna do Ferreiro". "Mas o que diabos é isso?", você me pergunta. Bem, é só você imaginar uma bigorna bem grande e um ferreiro proporcional a ela com um martelo na mão. Entendeu?Ainda não? Bem, então logo se ê que você nunca viu nenhum filme de cavalaria, Idade Média, Cruzadas ou coisa assim, mas também que não viu Piratas do Caribe. Bom, é na bigorna que o ferreiro malha o metal quente para dar a ele o formato necessário. Entendeu agora? A Bigorna do Ferreiro serve para, nas palavras do Mathan, ""descer o sarrafo", no caso "martelar na Bigorna", em tudo que ví ou vejo de errado no dia." Ou, no meu caso, não necessariamente no dia. "Ué", você diz, "mas você vai falar mal dessa pobre menina que foi presa, morta e blablablá?" Ao que eu te respondo que não. Eu não sou louco. Aí o linchado seria eu. Eu vou é falar mal da porcaria da mídia sensacionalista do Brasil. Tá, eu sei que eu não tenho formação pra discutir o que é um jornalista bom ou ruim. Não tenho mesmo. Mas eu tenho uma coisa que faltou (e muito) na cobertura do caso, principalmente por parte daqueles redes voltadas para o "povão": chama-se bom-senso. OK, foi um caso chocante, ficou todo mundo interessado e coisa e tal, mas chega uma hora que satura. Ninguém quer saber o que tá acontecendo a cada 5 minutos. E se quiser também, dá uma olhada na internet que com certeza vai ter algo lá. É que nem quando caíram as Torres Gêmeas. Ou quando jogaram a menininha da janela. Se fosse um assunto agradável ainda ia, mas a vida já é ruim o suficienta pra gente ainda ter que ficar vendo desgraça alheia. Daí os caras ficam montando vigília na frente do prédio, com o mané vendo todo aquele circo armado "só por causa dele". Aí é lógico que ele vai pensar que é o herói (heroi, depois de primeiro de janeiro), porque na mentinha imbecil dele, só os heróis aparecem na TV (isso, foi, inclusive, falado em algum lugar que eu nao me lembro agora, a Folha de São Paulo, se não me engano). Aí tá feito o estrago. Não bastasse isso, depois ainda vêm me falar que o cara tá reclamando de maus tratos na prisão!!!! E ainda por cima cumprem as exigências dele e transferem ele pra outro lugar!!!!!!!! Isso é demais. O Estado devia é mandar a conta de tudo que foi gasto com o cara na cadeia pra família, porque manter um desgraçado desse às custas do povo já é demais. Mas por que ele conseguiu isso? Por quê? Por quê? Muito bem, porque ele sabia que todas as câmeras estavam voltadas pra ele. Daí a publicar a carta dele (com uma ortografia pior que a do meu cachorro, diga-se de passagem) em todos meios de comunicação possíceis e imagináveis foi um pulo. E ainda vêm falar mal da PM... Isso sem contar o que veio depois: "Fulano, sicrano, beltrano e whatshisname vão recer os órgãos de Eloá", "Fulano, sicrano, beltrano e whatshisname saem do hospital", "Reconstituição da morte de Eloá será feita", "87451465013746508713465016304 pessoas comparecem ao velório de Eloá", "73491650791365136450813645081465034 pessoas vão ao túmulo de Eloá no dia de Finados", "Promotor irá julgar para decidir se Lindemberg é culpado", e por aí vai (pesquisando o nome "Eloá Pimentel" no portal de notícias você encontra 701 entradas, isso sem contar as entradas repetidas). OK, até a parte que falava da morte dela ainda era de interesse público, mas por que diabos eu vou querer saber quem recebeu os órgãos dela? Por acaso os órgãos dela eram mais importantes que, por exemplo, o rim do meu colega de trabalho que ele doou pra mulher que precisava urgentemente (e que no fim das contas não deu certo porque ela não aguentou os efeitos colaterais do remédio pra rejeição). Por acaso os órgãos dels são mais importantes que o sangue que eu doei pra eu nem sei quem (e pretendo doar de novo logo logo). Por acaso as pessoas que visitaram o velório dela a conheciam? Por acaso o velório e o túmulo dela eram diferentes dos velórios e túmulos dos meus avós? E por que, por que meu Deus, alguém vai querer reconstituir o crime ou julgar o cara??? TODO MUNDO JÁ SABE QUE FOI ELE QUE MATOU. ENFORCA LOGO O DESGRAÇADO E ACABA DE UMA VEZ COM ISSO!!!!!! Bom, acho que eu disse tudo que tinha de dizer. Até a próxima edição de "A Bigorna do Ferreiro". ---------------- Now playing: Lynyrd Skynyrd - Gimme 3 Steps via FoxyTunes



5 de novembro de 2008, Em casa, depois de receber uma ótima notícia no trabalho.

Go on and on and on and on and on...

sábado, 1 de novembro de 2008

Alone You Breath



Criss Oliva é um nome pouco conhecido no meio Rock no Brasil, exceto por aqueles mais ligados ao Heavy Metal. Mas não deveria ser assim, afinal Criss foi um prodígio da guitarra, nos anos 80/90, citado ao lado de figuras como Randy Rhoads, Eddie Van Valen, Joe Satriani, Steve Vai, Zakk Wylde e outras lendas modernas das seis cordas...


O jovem Criss era autodidata, começou a tocar muito cedo, ainda criança, seguindo os passos do irmão mais velho, Jon, tecladista e vocalista. Na adolescência Criss passava horas fechado em seu quarto praticando guitarra e esta dedicação lhe renderia grandes façanhas. Aos 17 anos, em 79, ele impressiou a todos com sua técnica apurada ao vencer um concurso reproduzindo a intrincada Eruption, lançada pelo Van Halen apenas um ano antes.

No mesmo ano Criss formaria ao lado de Jon a banda Avatar, semente do que viria a ser logo depois uma das mais importantes bandas de Metal das décadas seguintes, o Savatage! Pioneiros do chamado Metal Progressivo, em 83 lançaram seu primeiro disco, o clássico Sirens. Daí em diante seguiu-se uma trajetória de grande sucesso, com álbuns históricos como Hall Of The Montain King, de 1987 e Gutter Bullet, lançado dois anos depois. Sucesso ainda maior ocorreu em 93, com o lançamento do sétimo trabalho do grupo, Edge Of Thorns, com a música de mesmo nome tocando em rádios de todo o mundo e a banda fazendo uma extensa turnê mundial.

Tudo corria bem, o Savatage se consagrava como um dos maiores nomes do Rock mundial e Criss como um dos maiores guitarristas de seu tempo, tendo sido assediado até por Dave Mustaine para que fosse para o Megadeth. Porém, cinco meses após o lançamento do disco e a segunda turnê mundial da banda, no dia 17 de outubro de 1993, há exatos 15 anos, um acidente mudou a história dos irmãos Oliva. Aos 30 anos de idade Criss Oliva falece precocemente ao ser atingido, de moto, por um motorista alcoolizado.

Após o acidente Jon seguiu com a banda, afinal era o que Criss gostaria que fosse feito, mas o Savatage apesar de ter lançado bons trabalhos, nunca mais seria o mesmo. A banda acabou em 2002.

Salve Criss Oliva! 1963 - 1993

Originalmente publicado no blog do Rodrigo Branco

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Now playing: Iron Maiden - Iron Maiden
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18 de outubro de 2008,

na CESP, enquanto eu devia estar trabalhando



Go on and on and on and on and on...